terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

poliperspectiva

"mas mamãe, mamãe!". dizia isso e eu não olhava. me dava raiva. "que foi?", respondi sem desviar o olhar. "olha a moça ali! caiu!". "tá, tá" foi o único som que saiu da minha boca. a vista tava ficando muito boa. quando ele começou a me cutucar impaciente tentei ignorar. porra de muleque. "que foi, caralho?", gritei me virando. a imagem me tirou o fôlego e abrandou a raiva. meu deus. foi indescritível a pulsação. talvez porque não valha a pena, talvez porque eu tenha outras coisas em mente. isso vai ficar assim, sem fim.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sugestões para as férias

Algumas palavras amontoadas são tão bonitas que, quando não sei o que significa seu amontoamento, me fazem sentidos. "Teologia materialista", só pode ser, porque o tempo vai acabando e juntando um monte de coisas de formas únicas, mas não de outras. Por quê? (Todas as crianças chegam nessa, mas aos poucos o adestramento do cérebro da cabeça vai diluindo o medo fundamental de estar nascido para deslolocá-lo até formas fetichizadas do que pode ser estar morto. A alienação acontece desde níveis mais profundos.)
Não importa, as coisas vão se juntando segundo sincronias complicadas aplicadas a coisas distintas. E o tempo destrói tudo.
É o destino; não o destino determinado desde o princípio até o fim, mas produzido ao longo dos meios, pelas circunstâncias mínimas sujeitas ao tempo. Dá no mesmo, porque de todo jeito é incontrolável, e toda ilusão de controle ...

Teologia materialista. Citar palavras horríveis sem saber porque, é ocasião para relacionar as idéias perturbadoras todas numa coisas só. Na teologia materialista eu encontrei a chave para aceitar o desespero kierkegaardiano. Distorcer duas coisas complicadas e depois juntá-las para criar uma coisa perfeitamente direita.
A alienação profunda afasta de Deus, cujo espírito paira sobre as águas. Em Deus se resolve o desejo de querer ser outro e o desejo mais grave de querer ser um "eu mesmo" verdadeiro.
O acaso aparece como acaso porque a percepcão possível do tempo expande os acontecimentos como eventos predominantes. Essa insignificância se chama memória e tem este caráter ainda mais acentuado pelo papel do cinema na sociedade do espetáculo, no que diz respeito à mistificação do tempo no filme enquanto imitação (mitologia ideologica) da vida. Isso porque na vida os acontecimentos são excessão, o nada é a regra.
Então o tempo vai passando e (em silêncio) destruindo tudo, quando, de repente...
Mas também há o acaso transformador, que subitamente faz suspender a alienação... sair da... da ... Matrix (hihi!!). Entretanto, nessas condições só se pode falar como fala um louco.
Para permanecer na esperança pela ruptura capaz do transtorno definitivo e transformador: