quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

c. g. jung



JUNG, Carl Gustav. Chegando ao inconsciente. In: JUNG, Carl Gustav (et al.). O homem e seus símbolos [1964]. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008, p. 128-131.

Curando a dissociação

Nosso intelecto criou um novo mundo que domina a natureza e ainda a povoou de máquinas monstruosas. Essas máquinas são tão incontestavelmente úteis que nem podemos imaginar a possibilidade de nos descartarmos delas e de escapar à subserviência a que nos obrigam. O homem não resiste às solicitações aventurosas de sua mente científica e inventiva, nem cessa de se parabenizar pelas suas esplêndidas conquistas. Ao mesmo tempo, sua genialidade revela uma misteriosa tendência a inventar coisas cada vez mais perigosas, que representam instrumentos cada vez mais eficazes de suicídio coletivo.

Em vista da crescente e súbita avalanche de nascimentos, o homem já começou a buscar meios e modos de controlar a explosão demográfica. Mas a natureza pode vir a antecipar essa tarefa, voltando contra ele as suas próprias criações. A bomba de hidrogênio, por exemplo, seria um freio seguro para o aumento de população. A despeito de nossa orgulhosa pretensão de dominar a natureza, ainda somos suas vítimas, pois não aprendemos nem a nos dominar. Atraímos o desastre de maneira lenta, mas que nos parece fatal.

Já não existem deuses cuja ajuda podemos invocar. As grandes religiões padecem de uma crescente anemia, pois as divindades prestimosas já fugiram dos bosques, dos rios, das montanhas e dos animais, e os homens-deuses desapareceram no mais profundo do nosso inconsciente. Iludimo-nos julgando que lá no inconsciente levam uma vida humilhante entre as relíquias do nosso passado. Nossas vidas são agora dominadas por uma deusa, a Razão, que é a nossa ilusão maior e mais trágica. É com a ajuda dela que acreditamos ter “conquistado a natureza”.

Essa expressão é um simples slogan, pois essa pretensa conquista nos oprime com o fenômeno natural da superpopulação e ainda acrescenta aos nossos problemas uma total incapacidade psicológica de realizarmos os acordos políticos que se fazem necessários. Continuamos a achar natural que homens briguem e lutem com o objetivo de afirmar cada um a sua superioridade sobre o outro. Como pensar, então, em “conquista da natureza”.

Como toda mudança deve, forçosamente, começar em alguma parte, será o indivíduo isoladamente que terá de tentar e experimentar levá-la adiante. Essa mudança só pode principiar, realmente, em um só indivíduo, que poderá ser qualquer um de nós. Ninguém tem o direito de ficar olhando à sua volta, à espera de que alguma outra pessoa faça aquilo que ele mesmo não está disposto a fazer.

Mas como ninguém parece saber o que fazer, talvez valha a pena que cada um de nós se pergunte se, por acaso, o seu inconsciente conhece alguma coisa que possa ser útil a todos nós. A mente consciente, decididamente, parece incapaz de nos ajudar. O homem hoje dá-se conta dolorosamente de que nem as suas grandes religiões nem as suas várias filosofias parecem capazes de lhe fornecer aquelas idéias enérgicas e dinâmicas que lhe dariam a segurança necessária para enfrentar as atuais condições do mundo.

Sei bem o que haveriam de dizer os budistas: as coisas andariam bem se as pessoas seguissem “a nobre trilha óctupla” do Dharma (lei, doutrina) e compreendessem verdadeiramente o self (ou si mesmo). Já os cristãos afirmam que, se as pessoas tivessem fé em Deus, teríamos um mundo melhor. Os racionalistas insistem que se as pessoas fossem inteligentes e ponderadas, todos os nossos problemas seriam controlados. A verdadeira dificuldade é que nenhum desses pensamentos trata de resolver os problemas pessoalmente.

Os cristãos muitas vezes perguntam por que Deus não se dirige a eles, como se acredita que fazia em tempos passados. Quando ouço esse tipo de questionamento lembro-me sempre do rabi a quem perguntaram por que ninguém mais hoje em dia vê Deus, quando no passado Ele aparecia às pessoas com tanta freqüência. Resposta do rabi: “É que hoje em dia já não mais existe gente capaz de curvar-se o bastante”.

Resposta absolutamente certa. Estamos tão fascinados e envolvidos por nossa consciência subjetiva que nos esquecemos do fato milenar de que Deus nos fala sobretudo através de sonhos e visões. O budista despreza o mundo das fantasias inconscientes considerando-as ilusões inúteis; o cristão coloca sua Igreja e sua Bíblia entre ele próprio e seu inconsciente; e o racionalista ainda nem admite que sua consciência não é o total de sua psique. Esse tipo de ignorância continua a existir apesar de o inconsciente ser, há mais de setenta anos, um conceito científico básico e indispensável a qualquer investigação psicológica séria.

Não podemos mais nos permitir uma atitude de “Deus Todo-Poderoso”, elegendo-nos juízes dos méritos ou das desvantagens dos fenômenos naturais. Não baseamos nossos conhecimentos de botânica na ultrapassada classificação de plantas úteis e inúteis, ou os de zoologia na ingênua distinção entre animais inofensivos e perigosos. Mas, complacentemente, continuamos a admitir que consciência é razão e inconsciência é contra-senso. Em qualquer outra ciência tal critério faria rir, tal a sua improcedência. Os micróbios, por exemplo, são razoáveis ou absurdos?

Seja o que for o inconsciente, sabe-se que é um fenômeno natural que produz símbolos provadamente relevantes. Não podemos esperar que alguém que nunca tenha olhado através de um microscópio seja uma autoridade em micróbios. Do mesmo modo, quem não fez um estudo sério a respeito dos símbolos naturais não pode ser considerado juiz competente do assunto. Mas a depreciação geral da alma humana é de tal extensão que nem as grandes religiões, nem as várias filosofias, nem o racionalismo científico se dispõem a um estudo mais profundo.

Apesar de a Igreja Católica admitir a ocorrência dos somnia a Deo missa (sonhos enviados por Deus), a maioria dos seus pensadores não faz um esforço sério para compreender os sonhos. Duvido que exista um tratado ou uma doutrina protestante que se rebaixe a ponto de aceitar a possibilidade de a vox Dei ser percebida em algum sonho. Mas se o teólogo acredita mesmo na existência de Deus, com que autoridade pode afirmar que Deus é incapaz de nos falar por meio dos sonhos?

Passei mais de meio século investigando os símbolos naturais e cheguei à conclusão de que tanto os sonhos quanto seus símbolos não são fenômenos inconseqüentes ou desprovidos de sentido. Ao contrário, os sonhos fornecem as mais interessantes revelações a quem quiser se dar ao trabalho de entender a sua simbologia. O resultado, é bem verdade, pouco tem a ver com os problemas cotidianos como vender ou comprar. Mas o sentido da vida não está de todo explicado pela nossa atividade econômica, nem os anseios mais íntimos do coração humano são atendidos por uma conta bancária.

Nesse período da história humana, em que toda a energia disponível é dedicada ao estudo e à investigação da natureza, dedica-se pouquíssima atenção à essência do homem – a sua psique – enquanto multiplicam-se as pesquisas sobre as suas funções conscientes. No entanto, as regiões verdadeiramente complexas e desconhecidas da mente, onde são produzidos os símbolos, ainda continuam virtualmente inexploradas. E é incrível que, apesar de recebermos quase todas as noites sinais enviados por essas regiões, pareça tão tedioso decifrá-los, e que poucas pessoas se tenham preocupado com o assunto. O mais importante instrumento do homem, a sua psique, recebe pouca atenção e é muitas vezes tratado com desconfiança e desprezo. “É apenas psicológico” é uma expressão que significa, habitualmente: “Não é nada”.

De onde exatamente virá esse imenso preconceito? Estivemos sempre tão manifestamente ocupados com o que pensamos que nos esquecemos por completo de indagar o que pensará a nosso respeito a psique inconsciente. As idéias de Sigmund Freud vieram acentuar, em muitas pessoas, o desdém existente com relação à psique. Antes dele rejeitava-se e ignorava-se sua existência; agora, a psique tornou-se uma espécie de depósito onde se despeja tudo o que a moral refuta.

Esse ponto de vista moderno é, certamente, unilateral e injusto. Nosso conhecimento atual do inconsciente revela que ele é um fenômeno natural e, tal como a própria natureza, pelo menos neutro. Nele encontramos todos os aspectos da natureza humana – a luz e a sombra, o belo e o feio, o bom e o mau, a profundidade e a tolice. O estudo do simbolismo individual e do coletivo é tarefa gigantesca e que ainda não foi vencida. Mas ao menos já existe um trabalho inicial. Os primeiros resultados são encorajadores e parecem oferecer resposta às muitas perguntas – até então sem nenhuma réplica – que se faz à humanidade de hoje.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Ainda o possíoveçl

1- Novamente não há ninguám em casa. como é feito o caminhi? Nãom há também nem ningueém na rua. Pra onde isso vai? Isso é muiroto mais silencioso do quie se pode ver.
Trata-se, comntudo de uma condiçaõe inevitpsavel.;Transcende o indivíduo certhjtamente.
A boca fica  seca e amnahão serádiferente. Poderia ser igual? Que fazer?

2- É preciso ser mais hinesto

3- Eles vão me entranbdoi aqui tosdos os dias poelas manhã. Eu os mato a tosdos com veneno porimeiro e depois ciomo o chinelo. quando eles se caem mortods pelo chçao m eu os recolho pelas asinhas e jogo - foda-se - pelas janeçala. O quintãol fica cheio sde marimbondos mortos.

4- A inveja, ao contrártio do que se poensa, é um sentimento nobre.

5- E se eu pudesse ser mais hinesto? O que [e que serisa enytão seria então? Acho difícil. /Muitas atitudes estçao ja incorporfadas no sentido literal. A cada agressão que o mundo insiste em colocar reotidamente, o corpo rtesponde de modo a oreservar-se , de certa forma. Esytá tudo ceto: o sorriso cordial, a conversa besta; qualquer coisa que o miundo moivido a bug brother instintivom  entende como simpolesmenmtte falsidade.

6-

7- O dia inteiro eu paseie que nçao podia deixar de dormir: é ´reciso entener que a ideia de recuperrar o tempo perdido é kininteoirramente impcil. A própria ideia de viver a vda é inteiramente oimbecil. Ou seja...