terça-feira, 28 de dezembro de 2010

The Who - Tommy - Cousin Kevin

We're on our own, cousin,
all alone, cousin.
Let's think of a game to play
Now the grownups have all gone away.
You won't be much fun
being blind, deaf and dumb
But I've no one to play with today.

D'you know how to play hide and seek?
To find me it would take you a week,
But tied to a chair you won't go anywhere
There's a lot I can do with a freak.

How would you feel if I turned on the bath,
Ducked your head under and started to laugh.
Maybe a cigarette burn on your arm
Would change your expression to one of alarm,

I'm the school bully !
The classroom cheat.
The nastiest playfriend,
You ever could meet.
I'll put glass in your dinner
And spikes in your seat...

I'll drag you around by a lock of your hair
Or give you a push at the top of the stairs...
What would you do if I shut you outside,
To stand in the rain
and catch cold so you die?

I'm the school bully !
The classroom cheat.
The nastiest playfriend,
You ever could meet.
I'll stick pins in your fingers
And tread to your feet...

We're on our own, cousin,
all alone, cousin.
We thought of some nice games to play
While the grownups were all away.
You weren't much fun
'cause you' re deaf and dumb
But I've had no one to play with today


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Até hoje, o máximo da minha hipocrisia alimentar foi fritar queijo e mortadela, para depois comê-los num pão com catchup devidamente 0% gordura trans.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Memento Mori

Ele sempre se sentava ali, o velho, naquele banco vazio. Me lembro uma vez, quando caminhava por esta praça, ele me chamou a atenção dizendo: "Uma história só vale a pena se tiver alguém para ouvi-la...ouvi-la." Repetiu o final pensativo. Talvez ele tivesse uma história para contar, mas ninguém estava disposto a escutá-la. Eu não estava, continuei meu caminho. De novo e de novo. E sempre via o velho ali, com sua bengala, falando sozinho. As pessoas passavam longe. Eu também. Mas não mais. Não está mais ali. O banco está vazio agora. Solitário no meio da praça. Estará morto?

É triste. Mas hoje, sentado nesse banco, pareço compreender o velho. As pessoas passam e me ignoram. Eu também tenho uma história que quero contar debaixo desse sol. Mas as pessoas apenas passam e me ignoram. Ninguém para me ouvir. Será que cheguei no fim? Será que estou acabado? Mas eu quero dizer algo, realmente quero, sinto dentro de mim essa angústia, como um dragão preso se rebelando. Ele destrói e corrompe. Sinto vontade de destruir tudo. Quebrar todos os vínculos e chorar. Mas eu nunca dei a chance. O velho estava aqui um dia, ele queria ser ouvido, e eu era uma das pessoas que passavam. Agora sou uma das que permancem. Aqui. Para todo o sempre.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Natal

Peru de Natal. Menino Jesus. Pinheiro de plástico. Neve de plástico. É tempo de comprar presentes: a segurança do shopping center e o reforço policial nas ruas comerciais da cidade permitem que novamente o espírito do Natal brote dentro de cada coração. Mas para ganhar presente é preciso ser bem comportado. Por essa razão o menino que fumou crack o ano inteiro, e ainda bateu carteira, fica sem presente, e o menino que tirou boas notas na escola, e ainda foi campeão no clube de natação, ganha vídeo game novo.
Papai Noel. Filmes natalinos. Família reunida. Amor ao próximo. Na ceia de Natal a classe média supera em torno do peru a inveja, a falsidade e as intrigas familiares construídas ao longo de um ano inteiro de convivência medíocre. O Natal é tempo de perdão e solidariedade.
Trabalho de escritório. Trabalho mal pago. Assalto no semáforo. Polícia. Novela. Dormir debaixo da ponte. Jornal Nacional. Miséria. Infelizmente, uma hora chega o momento de retirar árvores de Natal e desmontar presépios, e tudo continua como sempre esteve. A sociedade se prepara novamente para corrigir as crianças mal comportadas, e ajudá-las a serem merecedoras de bons presentes da próxima vez...
Feliz Natal!

Texto que seria públicado na Revista Miséria nº 5, caso ela fosse publicada antes do Natal. Mas isso não aconteceu...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Abalo Emocional

Descobri algo que abalou todas minhas crenças. Trevas tem forma no singular, treva. Embora seja pouco usada. O normal é usar trevas mesmo, tanto para singular quanto plural.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Algumas rosas deixadas no asfalto depois da fuga da eventualidade do sucesso murchavam, fritas entre vapor, poeira, fumaça, suor, automóveis, pisoteadas com displicência, esquecidas. A lembrança veio apenas para corroborar a desdita do presente. Antes tivessem desabrochado e desaparecido sem sair dos seus galhos, as infames. Agora, deixe-me dormir.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Se fossem tantos os ursos da Sibéria quantos são aqui estes insetos menores que grãos de açúcar que, apesar do tamanho, fazem um ruído maior que o mundo, seria, então, a vida dos siberianos insuportavelmente alegre, gostosa, insuportável, macia, violenta e idiota como é a que aqui se vive.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

o camundongo mickey transmite leptospirose
A espera por algo novo, por uma variação na sequência de situações esperadas, instiga a propensa empolgação perante a aparição de novidades. Resultado de nossa própria indigestão ontológica, encaramos a merda, entre estupefatos e indiferentes: não é isto uma dádiva? Recuperamos a crença na vida, afinal, nem todas as cartas estão marcadas ou possuídas! E o jogo continua, ganhos e perdas dispersos desigualmente. Sorte do dia: todos perderão. Eis uma novidade.

domingo, 12 de dezembro de 2010

a repetição do momento último do pensamento corrompe toda a tragetória até ele

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Quatro pontos verdes no escuro, alguns reflexos. No teto, as estrelas, também verdes, desaparecem. Os despojos na cama: adormeço.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

diálogo monólogo

-- Oi, filhodaputa!
-- Olá, meuquerido!
-- E essa força, como anda, filhodaputa?
-- Mais duro do que o pau de sua mãe numa bacanal, meuquerido!
-- Assim que eu gosto!
-- É, afinal, as maravilhas do cotidiano sempre deslumbram-nos, pobres mortais, né não?
-- Ô, e põe deslumbre nisso, meuquerido filho da puta! Há dias em que acordo, pós-coito ou não, com uma vontade tremenda de gritar por gritar, só pela certeza de propiciar barulho e tirar quem quer que seja da situação calma e certa de sua respiração e rotina.
-- Filhodaputa, meu querido, você é escroto!
-- Ô! Gostaria de ser ainda mais, todavia, tenho minhas limitações. Somente acho que você, meuquerido filho da puta, possui um potencial não aproveitado, nem vislumbrado por você mesmo, de causar mais terror às suas redondezas do que qualquer filho da puta mequetrefe encontrado em toda e qualquer esquina, ônibus, praça, sala de aula, igreja, assembléia, caralho a quatro e etc!
-- Pare de lamber meu saco, filhodaputa, somos, nós-dois-em-um, nada mais nem menos do que dejetos, matéria temporária logo relegada para os confins da podridão. Nem um osso sobrará para elucidar em belos artigos científicos nossa ignomínia.
-- Mas, meuquerido, veja bem, extinção é o que há!
-- Babaca, nunca perca a piada.
-- Ô, mas não sou o babaca, acho que sou o filhodaputa!

Todos em um.

--

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

miguel torga

"O tempo em S. Cristóvão anda devagar. As terras são cascalho puro, de maneira que é preciso dar prazo às raízes para roerem o granito até fazerem de uma areia um grão de cevada ou de centeio. Um ano, ali, são trezentos e sessenta e cinco dias bem medidos. E as pessoas que lá moram, afeitas a horas longas, têm uma paciência de relojoeiro, cheia de mil cálculos e de mil ponderações. Exactamente como nas leiras, onde a gente vê semanas a fio o mesmo pé de milho parado, meditativo, enigmático, a aloirar encobertamente a sua espiga, assim nos homens mas pasmados, mais lentos e mais metidos consigo, anda às vezes uma resolução secreta a criar e a amadurecer. E saem obras tão perfeitas destas meditações, tão acabadas na concepção e na forma, que só o dedo da providência, porque aponta do céu, é capaz de lhes evidenciar os defeitos de fabrico. Mas mesmo assim são às vezes precisos anos para que Deus descubra a fenda do cântaro. Tal é a perfeição dos artífices de S. Cristóvão!
No cado do tio do Artur, a façanha foi de pura prestidigitação. Na altura exacta em que o rapaz, trabalhador e zeloso como sempre, murava o lameiro da ribeira, o velho sumiu-se como por encanto. Viram-no à noitinha ir buscar a jumenta da relva e trazer-lhe depois feno do palheiro da Chã, mas daí por diante os seus passos apagaram-se sem deixar rastro. Essa noite, embora de Agosto, foi escura e comprida, a condizer com a manha e a perseverança do lugarejo. E nela nem se ouviram gemidos, nem passos suspeitos, nem uivo de cão, nem pio de coruja. Nada. Ao cantar do galo, quando a aldeia acordou, havia no ambiente a mesma calma serenidade do dia anterior. As mulheres acenderam o lume e fizeram o caldo, os pedreiros, na obra do Artur, assentaram os alicerces do novo troço de parede, e só tarde, quase à hora do almoço, é que a jerica, cansada do esquecimento em que o dono a deixara na loja, deu de lá um impaciente sinal de enfado. E foi através desse aviso animal que S. Cristóvão compreendeu que o Bento Caniço habitualmente tão madrugador, não acordara ainda e que o melhor seria bater-lhe à porta.
Bateram, realmente, entraram, e não há dúvida que durante o sono lhe acontecera alguma desgraça. De que natureza, é que ninguém sabia.
A casa não estava roubada, não havia vestígios de luta nem de violência, reinava uma tal melancolia no sepulcro vazio, que o dono parecia ter subido ao céu.
De busca em busca, de suspeita em suspeita, de interrogatório em interrogatório, o mistério cada vez se adensava mais. O Caniço, nem mau nem bom, como era de regra no lugar, se não tinha amigos, também não tinha inimigos. Solteirão, o que lhe pertencia, embora de tentar, fizera-o há muito por escritura ao Artur, seu único sobrinho. De forma que ninguém descortinava maneira de encontrar fio à meada.
Ora, por mais absurdo que seja o mundo, uma criatura não desaparece de noite para dia sem fazer pensar. O homem necessita de sentir uma segurança vital a longo prazo. A morte é aceite por todos como senhora de baraço e cutelo, mas a esperar pelo freguês lá muito longe, numa encruzilhada que tem vários desvios. Por isso, o caso do Bento Caniço, evaporado na terra por obra e graça, desencadeou em S. Cristóvão um vendaval de suspeitas e de investigações. Tudo inútil. Os dias passaram, as raízes de várias sementeiras digeriram os carolos de várias colheitas, e o problema cada vez mais intrincado.
De todos os zelos pela claridade daquele sumiço, o maior era, como de justiça, o do Artur. Honrado homem no conceito da aldeia, bom cristão nos anais da igreja, dedicado à família, não houve passo que não desse, esforço a que se poupasse, a ver se conseguia decifrar o enigma. E, quando verificou que de maneira nenhuma podia valer ao corpo do tio, tentou ao menos salvar-lhe a alma. Nesse capítulo, até o padre Maurício reconheceu que a piedade do Artur roçara pelo exagero. Vinte missas em S. Cristóvao, já são missas! Juntando ainda o ofício a sete vozes, com que mandou encomendar a sombra do defunto, subiu-lhe a coisa a conto e pico, maquia de considerar.
E foi assim, dignificada na diligência vã dos estranhos e no amor devotado do sobrinho, que a memória do Bento Caniço desbotou. Outras mortes vieram, desta vez mais claras e menos perturbadoras, outros interesses ocuparam a atenção lenta e ruminadora de S. Cristóvão, e outras missas de sufrágio fizeram esquecer as vinte do Artur. Apenas as não rezou o padre Maurício. Chegara também no céu a sua vez. E da terceira indigestão do ano, rebentou. Venceu a dos pepinos e a dos pimentos, mas na dos melões o fígado não pode mais.
Era um homem bonacheirão e aberto, da boca de quem saíam, de vez em quando, confidências indiscretas que criavam o pânico no pequeno mundo de silêncio que pastoreava. Talvez para compensar a mudez colectiva, falava ele. E cada paroquiano ou arrostava o ano inteiro com o pesadelo de se não ter descosido na desobriga, ou escarolava a alma publicamente através daquele alto falante. Mas morreu e foi substituído por um colega que infelizmente não lia pela mesma cartilha. Muito mais comedido nas refeições e na língua, o novo prior tinha ideias unificadoras do animal com o meio e punha-as em prática. Seco de carnes, depressa compreendeu que a voracidade palreira do antecessor não estava de acordo com a magreza sisuda do chão de S. Cristóvão. De maneira que fartava o corpo no confessionário dos pecados da aldeia e do que ouvia nessas horas intermináveis de cochicho não vinha nunca sinal ao mundo. Fechado na batina negra, que o amortalhava do pescoço aos pés, acabava de descarregar as consciências da povoação enigmático como um cipreste. Até parecia que nascera ali e mamara a sorna germinação da terra!
No apogeu do seu reinado, chegou a vida do Artur ao fim. Apesar de moroso, o tempo vai batendo à porta de todos em S. Cristóvão. E, quando o Artur menos esperava, soou-lhe também a hora, e foi preciso prepará-lo para a grande viagem com a extrema-unção.
Morreu lúcido e é de crer que despejou o saco, na confissão demorada que fez. Pelo menos o padre Lobato, no fim, deu-lhe a absolvição, ungiu-o, e acompanhou-o depois à última morada.
-- Requiescat in pace...
-- Amen.
Honrada, a mão do Paivoto deixou então cair sobre o caixão as pazadas de terra gorda do cemitério, na comoção devida a uma alma lavada.
-- Que lhe seja leve... - choramingou a Ester.
-- Se fosse inverno, era pior... - gracejou o Jacinto.
Choravam e riam como faz a vida. Mas havia neles o sentimento pungente da negrura do momento, porque ao cabo e ao rabo o defunto fora um homem, e urdira a sua teia de mortal em tudo de acordo com os usos e costumes de S. Cristóvão.
A prova disso é que o próprio Criador, se lhe quis descobrir as malhas caídas, teve de arranjar na serra uma trovoada desmedida e fazer crescer as águas da ribeira como no dilúvio. Só assim a corrente pôde levar o muro do lameiro e mostrar sob os alicerces o esqueleto branco do Bento Caniço -- o que restava do corpo inteiro que o sobrinho ali enterrara na noite do crime, e sobre o qual os pedreiros, no dia seguinte, acamaram pedras inocentes."

Miguel Torga, "Teia de Aranha", do livro Novos contos da montanha.

Rubens e nós 6

depois da foda com o rubens, saimos juntos porque havíamos deixado os carros no mesmo estacionamento. nos despedimos com um beijo e combinamos de trocar email para acertarmos um próximo encontro, no mês seguinte. andávamos atarefados e sem perspectivas de um descanso pelas próximas semanas. acho que percebi que não ia dar certo uns meses antes só. eu estava acomodada: gostava do meu trabalho, me pagavam bem. porque eu ia querer perder tudo isso? comecei a pensar que o pedrafilosofal se safaria enquanto toda a equipe dele toda se foderia. eu não queria trair o rubens. mas ele teria muito espaço para se vingar. era só ele pedir e eu perderia tudo.

**************

tomar no cu, porra. escrotos. sem eles eu não poderia foder o pedrafilosofal. depois daquela foda aqui em casa tenho certeza que eles saíram apaixonadinhos e abanando um a bunda do outro. eu deveria ter previsto isso. quando tivessem com a parede do cu forrada de dinheiro, eles não iam deixar o sistema prisional bater seus pregos ali. a verdade é que tive medo que um deles tentasse me foder. por isso apresentei um ao outro. maldita idéia. hoje, na prisão, excomungo o hipotálamo cheio de fungos das suas putas progenitoras de lábios mais secos que o saco do mais infértil dos leiteiros que já passou na cama de suas avós.

***************

quando combinamos de foder com o rubens sabíamos exatamente o motivo da traição. ele ia foder com a gente assim que soubesse que não queríamos continuar com o plano. precisávamos tirar ele de circulação sob acusação de um crime vergonhoso, para tirar todo seu crédito e nos livrasse de qualquer rabo-preso-pau-mandado. ele não poderia chantagear mais ninguém. não fizemos nossa parte do plano e esperamos começarem as campanhas presidenciais da eleição em que iríamos fazer o pedrafilosofal virar o homembomba. toda a euforia na imprensa em torno do ano eleitoral seria o suficiente pra não atrair muita atenção para o caso do nosso pedófilo rubens. lógico que não queríamos muito escândalo. marcamos, então, uma putaria na casa do rubens. só assim ele aceitaria que entrássemos na casa dele. e o rubens safado topou na hora, o bandido. plantei no computador pessoal do chefe de redação do maior jornal do país umas fotos bastante criminosas que consegui com um japonês que tinha um restaurante perto de casa. cheguei a hesitar antes de fazer a denúncia anônima. achei que essa água não ia bater na bunda do rubens. mas bateu. acho que ele nem suspeitou que fomos nós já que o porco tinha suas próprias fotos pedófilas e não precisava do meu empurrão. o rubens é foda. fodeu a mulher que eu amo e foi para a cadeia levando o japonês que fazia um sushi ótimo e muito barato. o rubens me fodeu enquanto eu tentava foder com ele. o rubens é foda. apesar de tudo, deu certo. continuamos nos nossos empregos, acomodados. promoções e ofertas de melhores empregos pulularam com a presidência do pedrafilosofal. o rubens que se foda. isso não ia dar certo nunca. eu achei que daria. no meio do caminho, desisti. não ia dar certo.

***************

"oi, benzinho. aqui é o rubão. não, não, você não me conhece. acontece que sequestrei teu pai, porra! vou foder com ele e com a tua vida se você não me der dinheiro, porra. desliga pra você ver! eu frito o saco do seu pai agora mesmo, caralho! ah! não tem muito dinheiro, não né? tudo bem. eu sou muito bondoso, amorzinho. não quero foder a vida de ninguém a toa. compra crédito da tim, TIM ouviu?, e me passa o número do cartão. crédito de 50 caramelo, porra! 50 REAIS, porra. tá me tirando? to esperando. tchau." porra, jacó, tem que ver se o bônus da claro não compensa mais que essa promoção da tim. todo mundo só quer me foder.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Último Post

Se você está lendo essa mensagem, significa que algo aconteceu comigo. Descobri a função de postagem agendada a algum tempo atrás e é a primeira vez que a uso. Esse post só se tornará público se eu não estiver mais aqui amanhã para cancelá-lo. Ou seja, se você está lendo isso, eu já estou a pelo menos um dia morto. Morto! Ah! Só rezo para que minha morte seja rápida... Mas talvez eu esteja louco, sim, só pode ser isso. Louco! Insano! Demente! Mas se eu estiver certo é um adeus a minha última esperança.

Tudo começou no mês passado, quando ela se mudou para a casa ao lado. Chegou a noite provavelmente, pois só percebi algo diferente pela manhã, quando vi o carro na garagem. Mas não me importei. Não tinha como saber. Não.. Realmente. Vivemos nas trevas, meus amigos, nas trevas! Essa é a única verdade. Pensamos que sabemos tudo, pensamos que conhecemos a nós mesmos, pensamos que sabemos os limites! Quanta farsa, quanta mentira. Não conseguimos perceber as simples verdades na nossa frente. Mas só fui saber quem era ela a noite. Quando fui tirar o lixo. Terminei de colocá-lo na lixeira. A noite estava fresca. A luz cheia brilhava no céu, bela. Parecia me chamar, quando senti a brisa e o perfume. Senti alguém atras de mim, meu coração disparou e me virei, tomei um susto. Ela estava ali, a um passo de distância. Primeira vez que a vi, bela. A pele pálida contrastada pelos belos cabelos negros que emolduravam seu rosto, um cabelo cacheado, olhos verdes, usava um vestido vermelho.
- Desculpe. Não queria assustá-lo. Me mudei ontem a noite para a casa ao lado.

Estendeu a mão e se apresentou. Elizabete seu nome. Bela Elizabete. E o perfume, ah, me deixou atordoado. Mas se eu soubesse a loucura que essa mulher me traria, eu não teria ficado tão feliz, não. Um trouxa! Um fraco! isso que sou. Conversamos por algum tempo ali, debaixo do belo céu, abençoados pela lua. Minha alma seria dela naquele momento, se ela pedisse. Minha alma... Estou mesmo disposto a sacrificá-la? Alma. Não! Não posso deixá-la ter minha alma, é por isso que... Preciso me conter. Os fatos precisam ser ditos em ordem, só assim vocês poderão julgar se estou louco! Mas tenham uma mente aberta, porque vivemos nas trevas meus amigos. Viajamos pela escuridão. Isso é a vida. Um grande salão escuro. E o bizarro é que acendemos uma vela e acreditamos que tudo aquilo que vemos na luz fosca e limitada é a realidade! Realidade, essa palavra me faz rir! Se pudessemos acender a luz, se pudessemos deixar o sol entrar no salão, perceberíamos o quão errado estamos.

Naquela noite não consegui dormir. Estava feliz, confesso, feliz. A família ao lado, um casal e duas crianças, foram embora e agora a bela Elizabete morava ali. Bela, bela, bela. Seu perfume, sua voz. Eu sorria e girava na cama. Não conseguia dormir. Não perguntei quantos anos tinha, mas aparentemente éramos da mesma idade. Talvez alguns poucos anos de diferença. Pensava isso. Hoje penso diferente... Estou louco? Ousaria dizer que ela é mais velha, e não alguns anos nem algumas décadas,... Insano? Para você que me lê, talvez pareça um relato sem nexo. Mas chegarei lá. preciso contar os eventos em ordem. Preciso me concentrar. Mas nem o uísque que bebo me ajuda a conter meus nervos. Preciso da verdade.

No outro dia cheguei do trabalho e a encontrei de novo e conversamos de novo. Já era noite. Trabalho na cidade ao lado, e sempre chego em casa já de noite. De noite. Sim, só a noite. Estava feliz em poder conversar com ela, me fez esquecer da fome e do cansaço. E assim foi por um tempo. Eu costumava encontrá-la as vezes na frente de casa e conversavamos. Mas sempre a noite! Esse fato hoje parece de suma importância. Só depois que sabemos das coias é que damos valores específicos a eventos do passado. Só depois que sabemos... Até alguns dias atras isso seria irrelevante, mas hoje! Com tudo que penso é importante.. Mas o que faço? O que faço!? Tento encaixar fatos corriqueiros numa teoria maluca?!

Mas foi a duas semanas atras que começou... Não, talvez não tenha começado, mas foi a primeira vez que percebi. É engraçado como o ser humano tende a acreditar que suas percepções ditam a realidade. Por que eu não ouvia nada não existia nada? Ou estava apenas muito surdo para ouvir? Eu não conseguia dormir naquela noite, não estava muito bem do estomago. Ficava girando na cama, quando não estava no banheiro. E ouvi barulhos. Barulhos no telhado. Lembro que quando era criança e ouvia esses barulhos eu corria acordar minha mãe, e ela sempre me dizia que eram apenas gatos e para mim voltar a dormir. Naquele dia pensei o mesmo. Gatos. Mas será que eram gatos mesmo? Ou algo maior? A verdade é que todas as noites, quando eu estava acordado passei a ouvir esses barulhos. Gatos...

Foi na mesma semana que ganhei meu gato: Alfa. Pensei em nomeá-lo Carlo por um momento, mas decidi que não. Carlo era o nome que um amigo da época de faculdade gostaria de dar para seu gato, quanto o tivesse. Senti que estaria roubando a idéia dele, e optei por Alfa mesmo. Lembro que cheguei do trabalho com ele e a Elizabete estava ali fora. Resolvi mostrá-lo para ela, mulheres gostam de animais não? E foi quando aconteceu. Ainda tenho as cicatrizes no meu braço, que me fazem lembrar o momento que Alfa ficou eriçado, como se algo o tivesse possuído quando me aproximei dela com ele no colo. E ele correu. Não consegui segurá-lo. Correu para debaixo do carro e ficou lá. Fiquei olhando-o perplexo. Não entendi o que havia ocorrido. Mas isso me deu assunto para conversar com a Elizabete por algum tempo. O que me agradou, embora ela não parecesse muito confortável com a situação. Lógico que não estaria, ela... Demorou um tempo naquela noite até que Alfa decidisse sair debaixo do carro e inspecionar sua nova casa. Acho que a agradou, fiquei brincando com ele por um tempo até ir dormir.

Não dormi muito naquela noite, pois logo Alfa me acordou, ficou dando patadas leves na minha cara e se esfregando nela. Queria sair para a rua. Fui até a sala e abri a janela. Mas ele ficou ali parado, sentado do meu lado, olhando para mim. Devolvi o olhar, um pouco irritado. Só queria que ele saísse para eu voltar a dormir, precisava acordar cedo. Depois de um tempo, cheguei a conclusão que aquela situação não levaria a nada, e que talvez eu estivesse errado, e Alfa não quisesse sair. Levei minhas mãos para fechar a janela e ouvi-o soltar um grunhido. Olhei para ele e ele estava com os pelos todos eriçados olhando para o nada. Senti um frio na espinha, e por um minuto fiquei com medo de olhar pela janela, com medo do que veria. Mas pensei que era tudo bobeira e olhei. Pro meu alivio não havia nada. Foi então que surgiu um vulto pulando pelo muro e para cima. Escutei os barulhos no telhado e silêncio. Alfa havia sumido. Não sabia aonde ele estava. Eu tremia. Tremia. O que tinha sido aquilo? Fechei a janela e acendi as luzes. Estava em pânico. Resolvi tomar um uísque. Foi o começo. O começo da minha queda mental. Ah meus nobres leitores. Talvez vocês já saibam, já tenham teorizado tudo. Mas é possível? É possível? Mas tem mais.

Quando criança, eu sempre fui medroso. E lembro que eu costumava ver coisas. Uma vez acordei e posso jurar que havia um demônio no meu quarto, ao lado do armário. Fiquei olhando para ele em pânico e comecei a gritar pela minha mãe, que veio correndo e quando ela acendeu a luz, não havia nada ali. Apenas o armário. Hoje, penso que foi apenas um delírio infantil depois de um pesadelo. Mas será? Será que não tinha nada ali? Outra vez, também criança, presenciei algo único. Olhando pela janela de vidro da sala, eu posso jurar que vi uma sombra passando por elas. Foi rápido. Eu sai correndo, procurei meu pai, abracei ele e fiquei ali com medo. Uma sombra. Também, hoje, acredito que foi um delírio, talvez um jogo de vista, quando você passa o olho rápido por algo e tem impressão que tem algo, mas quando volta o olhar, percebe que não era nada. Mas, quando criança, esses eventos me pertubaram. Poderia nomear alguns outros mais. Mas não. Sempre pensei nesses eventos como manifestações de meu medo. Aquele medo irracional, que ninguém conseguiria entender, por mais que se tente explicar. Eu estava nessa situação. Esses vultos, delírios de infância que tanto tentei racionalizar voltavam a tona. O que eu acabara de ver pela janela não seria apenas uma passada de olho? Foi uma impressão rápida com certeza. E os barulhos no telhado? Não seriam só coincidência. Isso. Coincidência. Me convenci que era coincidência. Nessa noite, dormi com as luzes acessas, algo que eu não fazia desde pequeno. A partir de então, sempre que eu ouço um barulho deitado eu acendo a luz. Amedrontado. Alfa costuma sumir a noite, quando eu chego do trabalho, e volta de manhã, quando estou saindo. Me pergunto se isso é normal de todo o gato, ou se ele se sente mais seguro dormindo de dia e o mais longe possível de casa a noite.

Elizabete. Bela Elizabete. Contei para ela sobre essas coisas. Não deveria ter feito. Não. Não deveria realmente. Me arrependo profundamente. Talvez seja isso... Ou estou vendo coisas demais aonde elas não existem? Como quando criança, me apavorando por nada. As trevas meu amigo! São as trevas! A verdade é outra. A verdade é que quando somos crianças somos mais abertos para o mundo. Crescer é receber um vendas sobres seus olhos, ganhar restrições nas suas percepções. Será que não é isso? Será que, naquela época eu não estava mais aberto para outras possibilidades do mundo, para outras verdades? Os adultos as ignoram com certeza. E o que sou, se não um adulto? Mas não tenho como saber. Eu disse para ela. Contei sobre a noite anterior e ela riu. Me fez sentir como um tonto. E deitei mais sussegado naquela noite. Deitei rindo, pensando em como tudo aquilo não era besteira. Ilusões de uma mente em pânico. Talvez uma essência de minha alma medrosa da infância, que ainda permanecia mesmo adulto. E dormi.

Sonhava com a querida e bela Elizabete. Mas havia algo de sinistro no sonho e acordei assustado. Acendi a luz, recuperei um pouco de minha sanidade, e a apaguei de novo. Me virei, estava quase dormindo quando ouvi um barulho no quintal. Meus ouvidos ficaram mais atentos. Talvez não fosse nada. Então ouvi um barulho na janela do meu quarto, uma pancada. Pulei da cama, acendi a luz desesperado, meu coração a mil. O que era aquilo? Um morcego que talvez se chocou na janela? Estava ofegando, desesperado. Ficava olhando para ela. Mas nada. Nenhuma resposta, nenhum barulho. Desespero. Trevas. Criei alguma coragem e avancei até ela. Fiquei parado ali em frente, observando-a. Comecei a pensar que não era nada. Algum pássaro talvez. Silêncio. Meu coração começou a se acalmar, minha respiração normalizou. Foi só então que percebi o barulho, bem baixo do outro lado. Aquele som. Podia jurar, jurar que do outro lado da janela havia alguém. Eu ouvia o barulho de uma pessoa respirando, e o pânico subiu a minha cabeça. Eu estava ficando louco. O que eu deveria fazer?! Abrir a janela era a única resposta. Abrir a janela e ver o que estava do outro lado. Mas não tinha coragem. Não sei quanto tempo se passou ali, até que decidi que para minha própria sanidade só havia uma resposta. Girei a chave do cadeado. Respirei, e puxei a janela. Não havia nada. Apenas escuridão. Fechei-a e sentei na cama aliviado. Me deitei de novo e dormi, pela segunda vez com a luz acessa.

Eu estava sendo possuído pela insanidade. Mas era a doce Elizabete que me trazia de volta ao reino da razão. Contei para ela de novo minha experiência estranha. Ela me disse para procurar um psicólogo e deu risada. Me sentia como um tonto quando conversava com ela sobre essas coisas. O mundo parecia tão óbvio, tão real. As trevas se dissipavam. Meus medos irracionais iam embora. Quanta ingenuidade, existe algo de sinistro em tudo isso. Eu sei que existe e provarei. Mas antes preciso terminar meu relato. Até aqui, talvez não tenha nada demais, só minha mente perturbada. Talvez, vocês achem que eu deva ir a um psicólogo lendo tudo isso. Mas não. Sinto que eu nunca pude ver tão claramente. Eu sei o que preciso fazer.

Foi a quatro dias atras. Eu estava trabalhando num relatório em casa até tarde e tenho a mania de andar pela casa enquanto reflito. Odeio escrever. Mas é necessário... E entre um paragrafo e outro eu dava uma volta pela casa. Até que resolvi andar pelo quintal também. Estava ali, era lua cheia novamente. Maravilhosa lua, nos olhando da distância. Ela deve saber das coisas mais do que eu, do seu ponto de vista privilegiado. E eu estava ali no quintal, andando de um lado para o outro com uma caneca de chá na mão pensando quando eu ouvi os barulhos no telhado e isso fez um frio percorrer minha espinha e posso jurar que vi minha doce Elizabete no telhado da casa dela. Foi muito rápido, muito rápido. Mas a vi nos olhos e, por isso, tenho certeza que ela me viu também se ela realmente estivesse ali. Muito rápido, um segundo ela estava ali, e no outro já tinha desaparecido. Deixei a canecar cair e o chá quente queimou meu pé, embora só fosse perceber isso alguns minutos depois, quando estivesse com a porta bem fechada e sentado no meu sofá. O que foi aquilo? Real? Mesmo que fosse real, com certeza tinha uma explicação. Não conseguia explicar. Lembrei do Alfa e da reação estranha a ela. E comecei a tremer. Meu coração, minha respiração. Estava em pânico. Essa noite não dormi. E confesso que senti um alívio quando sai de manhã para o trabalho.

Esperava encontrar Elizabete e contar essa estranha história para ela. Imaginei ela me chamando de loucos, nós dois rindo juntos e eu mais aliviado. Mas não a encontrei quando cheguei do trabalho. Achei que seria muito ousado ir até a casa dela buscando conversa. Não sabia se tínhamos já intimidade para tanto. Fiquei em casa, pensando em tudo aquilo, em todas as experiências recentes. E talvez por não ter dormido na noite anterior, cai no sono ali no sofá mesmo, o dia tinha sido estressante. Acordei no meio da madrugada. Resolvi tomar um copo de água e ir para a cama. Andei até a cozinha e parei na porta, travado. A janela da cozinha dá para o quintal de casa e ela é de vidro. Não dava para ver muita coisa por causa da escuridão, mas havia uma sombra estranha ali. Meu coração disparou e eu acendi a luz da cozinha e do quintal ao mesmo tempo e gritei, gritei em terror. Ela estava no quintal. Ela estava ali, os olhos vermelhos, e os dentes, os dentes... Eu estava em pânico. Não sabia o que fazer. Comecei a rezar, rezar, pelo amor de deus! E quando abri os olhos de novo ela havia sumido. Não dormi. Fiquei no meu quarto, sentado num canto com uma faca a noite inteira, e só quando amanheceu que me aliviei. Peguei meu carro e fui pro trabalho. Deus, o que foi tudo isso? Não voltei para casa, fiquei num hotel e estou aqui até hoje, aonde estou escrevendo.

Estou louco? Estou Insano? Não! Tem que haver explicação. Tem que haver uma explicação. E eu preciso das respostas. Preciso delas. Não conseguirei viver sem tê-las. Minha mente está em agonia E eu conheço a cura. A única cura possível. Preciso voltar para casa e enfrentar a situação. Preciso investigar Elizabete, dar um jeito de entrar na casa dela, dar um jeito de saber quem ela é. Eu preciso disso! E se eu estiver certo, ah se eu estiver certo. Preciso de respostas para toda essa escuridão. E esse post será meu testamento para vocês, caso eu não volte. Não deixo nenhum bem material a vocês, meus queridos leitores, mas deixo minha insanidade.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

resenha

1. Falcão / A besteira é a base da sabedoria // Álbum: A besteira é a base da sabedoria [1995]
2. Deathspell Omega / A chore for the lost //Álbum: Fas - Ite, Maledicti, in Ignem Aeternum [2007]
3. The Pogues / Waxie's Dargle // Álbum: Red roses for me [1984]

1. O não-dito pelas frestas: imenso acúmulo de retalhos, subterrâneos de todas as bobagens articuladas no curso de uma existência qualquer, alimenta e dissemina a vontade de persistir em acasos e recorrências de comunicação, como se preencher o necessário silêncio reconfortasse a situação de estar-no-mundo. Não uma defesa da incomunicabilidade total, apenas o jogo com palavras imbecis até o auto-convencimento da desnecessariedade de "ter algo a dizer".

2. E foi dito: aonde houver, inexista. "Desejava saber, dizia ele, o que era aquele bem sem o qual minha vida - que ele tanto apreciava - não me parecia vida, mas tormento." Mostre-se em mosaicos pelo solo, terra seca estéril, advento do já-passado, o antes tornado momento sem perspectiva. "Resgata-me da dispersão em que me dissipei quando, afastando-me de tua unidade, me desvaneci em muitas coisas." Erigido, finalmente, além dos sentidos.

3. A mesa parecia balançar, via mais pessoas ao redor do que as capacidades físicas do espaço para comportá-las, o copo: cheio, vazio, cheio, foi-se o copo, apareceu a garrafa. Agora, dentes a menos, sereno, meio-fio e a convicção em encontrar ainda mais um bar aberto antes do amanhecer.

1.

"Talvez seja melhor calar,
porque falando é meio caminho andado.
Por outro lado, eu fiz um estudo
e sei que é melhor falar besteira do que ser mudo.
E sendo eu um grande entendido no assunto,
eu paro e vejo como tem gente besta no mundo.
E sinto quão sábia é a vaca,
que segue cagando e andando pra não fazer ruma.
Mas eu posso ver mais longe,
sobre a cabeça do povo.
Mamãe diz que eu sou um pão
e o que vale é a intenção."

2.

"An exhausted fall into disgrace, famished for peace, for a mere moment of respite in dying eternities, on the verge of being deprived of all humanity: non-sense is the outcome of every possible sense, it is the start of transcendence, the dissolution that spreads without limits and the critical violation; what pleasure of inconceivable purity there is in being an object of abhorrence for the sole being to whom destiny links my life! The rupture is too profound to stand up, nothing remains but a terrified consolation in a laughable renunciation that is not the one of a single man, thou art not dead to the devoration of sin.

Every human being not going to the extreme limit is the servant or the enemy of man and the accomplice of a nameless obscenity.

Let us be a blight on the orchard, on all orchards of this world, even the least of these words will be judged during the times of reckoning, bearing a latent damnation, a feverish seduction exasperated in death, every letter is a code to extreme horror, utter contempt and divine conflict; it is a lethal to speak the language of resistance, every gasp exhales a particle of the
remission of Golgotha, as if the blazing Logos demanded the exercise of the fragile power just above the annihilation, the one of a harmony in ruins; it is a task for a man who cannot bear any longer to be, a chore for the lost in the denial of free will: perinde ac cadaver.

Le vent de la Vérité a répondu comme une gifle à la joue tendue de la piété.

God of terror, very low dost thou bring us, very low hast thou brought us..."

3.
ou: http://www.youtube.com/watch?v=jAufzEH0ZMY&feature=related

"Says my aul' wan to your aul' wan
'Will ye go to the Waxies dargle?'
Says your aul' wan to my aul' wan,
'I haven't got a farthing.
I went up to Monto town
To see Uncle McArdle
But he wouldn't give me a half a crown
For to go to the Waxies dargle.'

What will ya have?!
I'll have a pint!
I'll have a pint with you, Sir!
And if one of ya' doesn't order soon
We'll be chucked out of the boozer!

Says my aul' wan to your aul' wan
'Will ye go to the Galway races?'
Says your aul' wan to my aul' wan,
'I'll hock me aul' man's braces.
I went up to Capel Street
To the Jewish moneylenders
But he wouldn't give me a couple of bob
For the aul' man's red suspenders.'

Says my aul' wan to your aul' wan
'We got no beef or mutton
If we went up to Monto town
We'd get a drink for nuttin''
Here's a nice piece of advice
I got from an aul' fishmonger:
'When food is scarce and you see the hearse
You'll know you have died of hunger.'"

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sou a terceira pessoa em mim mesmo. Filho da felação, vitupério de satã, ordenança de gabriel, ponta da lança no corpo de cristo. Unidade. Atente: a chegada do inesperado no patíbulo da existência, uma praça, as nuves no chão. Corrompido, esfacelado, sorridente.
Abismo.

Syberberg Lonely Hearts Club Band

"O bom piadista se reconhece pelo alcance de suas piadas." - Aristóteles

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

conversa de busão

"Ih meu fio, este mundo só melhora quando morcego doar sangue e saci cruzar as pernas."