quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

diálogo monólogo

-- Oi, filhodaputa!
-- Olá, meuquerido!
-- E essa força, como anda, filhodaputa?
-- Mais duro do que o pau de sua mãe numa bacanal, meuquerido!
-- Assim que eu gosto!
-- É, afinal, as maravilhas do cotidiano sempre deslumbram-nos, pobres mortais, né não?
-- Ô, e põe deslumbre nisso, meuquerido filho da puta! Há dias em que acordo, pós-coito ou não, com uma vontade tremenda de gritar por gritar, só pela certeza de propiciar barulho e tirar quem quer que seja da situação calma e certa de sua respiração e rotina.
-- Filhodaputa, meu querido, você é escroto!
-- Ô! Gostaria de ser ainda mais, todavia, tenho minhas limitações. Somente acho que você, meuquerido filho da puta, possui um potencial não aproveitado, nem vislumbrado por você mesmo, de causar mais terror às suas redondezas do que qualquer filho da puta mequetrefe encontrado em toda e qualquer esquina, ônibus, praça, sala de aula, igreja, assembléia, caralho a quatro e etc!
-- Pare de lamber meu saco, filhodaputa, somos, nós-dois-em-um, nada mais nem menos do que dejetos, matéria temporária logo relegada para os confins da podridão. Nem um osso sobrará para elucidar em belos artigos científicos nossa ignomínia.
-- Mas, meuquerido, veja bem, extinção é o que há!
-- Babaca, nunca perca a piada.
-- Ô, mas não sou o babaca, acho que sou o filhodaputa!

Todos em um.

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