domingo, 13 de novembro de 2011

Desdobramentos de psicoses mais ou menos

1- Sempre eu penso na minha morte. Penso em quem iria chorar ao lado do caixão, em quem iria sentir culpa. Quem sentiria minha falta?
Penso em quem se sentiria punido pela minha ausência, mesmo na inocência.

2- Sempre penso que você teria uma enorme dificuldade para aceitar o fato de que seu pai tem certas fantasias homossexuais.
Ele nunca admitiu isso pra si mesmo; não tem vocabulário pra isso. No entanto ele não é capaz de ver uma bicha na t.v. sem rir. Norbert Elias diz que o riso é uma forma de lidar com desconfortos de origem pouco clara, ou algo assim. Portanto é disso que se trata.

3- O vizinho do seu primo acredita completamente que a mãe dele já não se masturba há muito tempo, apesar de tudo. E, de fato, ela não se masturba. Mas de uma forma muito obscura, misturada à muita coisa diversa, é isso o que ela deseja profundamente, mas não tem vocabulário para expressar em gestos este desejo. E, segundo Santo Agostinho, o pecado está na intenção, ou algo assim. Hehe, a convicção na natureza assexuada das mães é a base sólida a partir da qual se constrói todo o mal
*: - O mal?! Puta que pariu!
#: - O que?
*: - Puta simplificação moralizante da porra!
#:- Foda-se!

4- Às vezes eu penso na morte dos meus pais. Isso vai acontecer. Ainda assim, no momento o que me preocupa é comer essas meninas da balada. Me preocupa minha independência financeira. Me preocupa receber reconhecimento de meus comparsas e de meus superiores no trabalho.
*: - Mas a vida é assim mesmo, fazer o que?
#: - E o que isso tem a ver com a morte dos seus pais?
Antes da morte dos meus pais eles irão envelhecer e adoecer. Hoje em dia as pessoas bem sucedidas pagam especialistas para cuidar de velhos doentes. As coisas são o que são...
É melhor não ter filhos, e morrer cedo, com saúde, sabe?

5- Descobri, ultimamente que A Sociedade dos Poetas Mortos é um filme de auto ajuda pra pessoas inteligentes.
#: - Nãao... não é isso. Tem várias coisas...
Por mim tanto faz.

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