quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sugestões para as férias

Algumas palavras amontoadas são tão bonitas que, quando não sei o que significa seu amontoamento, me fazem sentidos. "Teologia materialista", só pode ser, porque o tempo vai acabando e juntando um monte de coisas de formas únicas, mas não de outras. Por quê? (Todas as crianças chegam nessa, mas aos poucos o adestramento do cérebro da cabeça vai diluindo o medo fundamental de estar nascido para deslolocá-lo até formas fetichizadas do que pode ser estar morto. A alienação acontece desde níveis mais profundos.)
Não importa, as coisas vão se juntando segundo sincronias complicadas aplicadas a coisas distintas. E o tempo destrói tudo.
É o destino; não o destino determinado desde o princípio até o fim, mas produzido ao longo dos meios, pelas circunstâncias mínimas sujeitas ao tempo. Dá no mesmo, porque de todo jeito é incontrolável, e toda ilusão de controle ...

Teologia materialista. Citar palavras horríveis sem saber porque, é ocasião para relacionar as idéias perturbadoras todas numa coisas só. Na teologia materialista eu encontrei a chave para aceitar o desespero kierkegaardiano. Distorcer duas coisas complicadas e depois juntá-las para criar uma coisa perfeitamente direita.
A alienação profunda afasta de Deus, cujo espírito paira sobre as águas. Em Deus se resolve o desejo de querer ser outro e o desejo mais grave de querer ser um "eu mesmo" verdadeiro.
O acaso aparece como acaso porque a percepcão possível do tempo expande os acontecimentos como eventos predominantes. Essa insignificância se chama memória e tem este caráter ainda mais acentuado pelo papel do cinema na sociedade do espetáculo, no que diz respeito à mistificação do tempo no filme enquanto imitação (mitologia ideologica) da vida. Isso porque na vida os acontecimentos são excessão, o nada é a regra.
Então o tempo vai passando e (em silêncio) destruindo tudo, quando, de repente...
Mas também há o acaso transformador, que subitamente faz suspender a alienação... sair da... da ... Matrix (hihi!!). Entretanto, nessas condições só se pode falar como fala um louco.
Para permanecer na esperança pela ruptura capaz do transtorno definitivo e transformador:

3 comentários:

  1. As vezes fico confuso nos meus próprios pensamentos... ao ler coisas que me identifico, consigo perceber que a confusão faz parte não só da minha pessoa.. bom, tenho amigos que pensam tanto e como eu... mas acontece mesmo assim, que a confusão não se dissipa....

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  2. falando nisso.... arthur.... mais especificamente quando vc fala alí... (vou colar aqui pq nao vou conseguir resumir....) "O acaso aparece como acaso porque a percepcão possível do tempo expande os acontecimentos como eventos predominantes. Essa insignificância se chama memória e tem este caráter ainda mais acentuado pelo papel do cinema na sociedade do espetáculo, no que diz respeito à mistificação do tempo no filme enquanto imitação (mitologia ideologica) da vida. Isso porque na vida os acontecimentos são excessão, o nada é a regra.
    Então o tempo vai passando e (em silêncio) destruindo tudo, quando, de repente..." .... ..... .... cabe a dica dos filmes de rossellini.... que conta, muitas vezes, a história da não-ação, a outra história, aquela que não é acontecimento, ou melhor... seu tema é o tempo... pode até acontecer morte e tudo o mais que é mais utilizado nos filmes para tensionar o presente... para tornar o futuro inevitável... aquele presente e futuro dos acontecimentos... da exceção....... mas seu tema, voltando, é o tempo... e o tempo quando não tem acontecimento é o presente contínuo.... que ocorre na subjetividade das pessoas... é a relação mais direta do eu com o mundo histórico...... narrar algo ou externar algo é a memória dos acontecimentos... há o presente e futuro que já ficaram no passado.... mas há a memória do presente contínuo que támbem já ficou no passado...e que é inenarravel, vive na subjetividade das pessoas......

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  3. Agora lembrei também do Passeio ao Farol, da Virginia Woolf, que tem longas e desesperadoras passagens de coisas acontecendo na casa vazia, durante meses, e isso acontece após a morte de personagens centrais, que são mencionadas como coisa corriqueira...

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