sábado, 24 de outubro de 2009

1, 2...

Na verdade o q eu tento fazer com esse texto eh uma experiencia..ordenar uma argumentação não em um texto academico ou objetivo..mas em um texto que contenha, no seu conteúdo e sua forma, as noçoes e idéias q se quer debater inseridas em algum outro contexto...peraih! alguem jah nao fez isso?
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Ela já não aguentava mais. Era a terceira vez que lia o mesmo parágrafo de 4 linhas: "A importância do proletariado no marxismo está ligada a crítica de Marx a noção de Estado de Hegel, no entanto...". "No entanto...no entanto, no..não..o que?". Já bastava. Depois de 5 horas lendo não poderia absorver muito mais. Se levantou e foi escovar os dentes, mas só depois de fechar o livro com uma pressa desnecessária.

Não ia a lugar nenhum. Já estava com essa idéia fixa desde o capitulo 6 do livro. A história segue uma reta, tem um caminho definido, o progresso inexorável..claro, cada idéia tem sua época. 7 anos depois de graduada ainda lembrava da frase de aluno novato. Mas não parece idiota pensar num caminho da história? Pensar que a história segue leis estritas? Sim, hoje em dia já parece besteira pensar nisso. Mas o que mais a angustiava é que ela sabia que essa era uma noção que estava muito presente no seu cotidiano. Praticamente tudo que a circundava estava impregnado, consciente ou não, dessa baboseira: desde novelas até ditos populares, desde "princípios" pessoais [mais uma baboseira] até piadas..mas o que a fazia perder a paciência eram pessoas que insistiam que o único destino do homem era sua evolução, seu progresso...sim, já havia conhecido 8 pessoas que tinham fé no futuro do homem, acreditavam que no fim da história o homem se realizaria e alcançaria sua plenitude. Tudo isso já lhe soava como discurso ultrapassado demais..a lugar nenhum! Não partimos de lugar nenhum. Não chegaremos a lugar algum.

Depois de 9 minutos escovando os dentes e divagando sobre suas angústias voltou ao livro pensando: "porque a história tem que chegar a um ponto? porque tudo tem que ascender em uma escala, rumo ao 10, como esse texto?"

4 comentários:

  1. Muito bom! Não sei se você concorda, mas quem lê Caio Prado Jr. (sem trocadilhos com o colega de vocês) ou Nélson Werneck Sodré fica com a mesma impressão e não sai dessa: "Qual é a deles?" Eu sei que a gente não pode cobrar deles pensar que nem se pensa hoje, mas vem cá, gente ainda usando isso como manual político é fogo, não? Não é à toa que Niemeyer (e certamente também Saramago) ainda acredita que o comunismo vai triunfar...

    Abraços!

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  2. 0 e 11... entre uma possível representação do nada [até onde o paradoxo da linguagem permite] e a repetição do mesmo há muitas vidas correndo por dar melhores significados para a sua morte. Ou melhor, para a lembrança que outros terão de nossas parcas vidas de merda mereça espaço privilegiado na memória. Até que não existamos em definitivo e todos os problemas, vulgo nós, acabem. Sem necessidade de história, apenas matéria morta, adubo para a explosão final do mundo.

    Antes que eu esqueça: olá Zé Antônio, homem mais bonito [e bundão] desse blog!

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  3. 1-Ah...José Antônio...que prazer ler palavras tão belas quanto quem as escreve!!

    2-Vamos por partes: qual é o argumento central? (uhauhauhauhauh!!!!!!!!)

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  4. hummm..serah q a duvida do arthur eh legitima ou ele tah me zuano?

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