sábado, 26 de março de 2011

E ele disse:
“Dos quarenta não passa. Sabe daquele ditado água mole em pedra dura tanto bate até que fura, então, é assim. Não dá para evitar. Com um mínimo de raciocínio e perspicácia eu percebo que é inevitável, afinal, sou um cara vivido e sei do que estou falando, já vi casos parecidos e acertei em cheio, por mais que na hora em que digo tais coisas a maioria das pessoas não leve a sério, feche a cara ou ignore, pensando que eu só quero ser chato ou aparecer. Nessa vida a experiência vale pra caralho e é coisa que não me falta, estive por aí no mundo, não é fácil me tapear. Olhe bem, tá na cara que não tá agüentando a pressão, totalmente sem ânimo, sem brio, esperando o golpe certeiro do destino, ou melhor, forçando a barra para tomar no rabo. Desculpe o palavrório, exalto-me nessas circunstâncias, sabe como é. Mas é isso, também não falseio o jogo, digo mesmo. A próxima rodada é na minha conta. Voltando ao fio da meada, então, escutem o que digo, momento mais momento menos e já era, assunto encerrado, e não vai ter como chorar sobre o leite derramado. É uma questão de tempo. Nesses assuntos da vida eu estou bem escolado, não preciso de um especialista engomadinho para dizer porque é assim e não assado e blablabla, percebo e pronto”.

...

Passou dos quarenta, foi até os quarenta e oito, o juiz apitou e o Coringão perdeu mesmo, não deu jeito.

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