sábado, 15 de janeiro de 2011

Fragmentos de uma História 2

Cena durante uma aula de Introdução ao Estudo da Magia:

Todos os alunos já estavam em seus lugares quando a professora Julia entrou na sala. Eles temiam a professora. Todos se lembravam o que tinha acontecido na primeira aula, quando eles ficaram conversando e brincando por toda a sala. Ela entrou e não pediu nada. Apenas usou magia para forçarem todos aos seus lugares. Desde então, eles sempre esperavam ela neles. Julia era uma professora bela, por volta dos seus 30 anos. Tinha cabelos ruivos e naquele dia vestia roupas azuis com detalhes em prata. Os garotos gostavam bastante dela. Talvez por ela ser uma das poucas professoras jovens da escola.
Ela olhou para eles, e examinou cada aluno, o que demorou algum tempo. Um silêncio inconfortável perdurou na sala. Era uma de suas manias. quando terminou de olhar para o último aluno começou a falar:
- A partir de hoje, daremos início ao estudo dos Limites da Magia. Alguém pode me dizer o que eles são.
Esperou uma resposta. E esse era um dos seus hábitos também quando lançava alguma questão para a classe. Esperava alguma resposta ou tentativa de resposta. Não importava quanto tempo levasse. Na aula anterior chegaram a ficar 20 minutos em silêncio, até que um dos alunos resolveu tentar responder. Mas, para a questão atual só demorou 1min, e uma garota loira sentada no meio da classe ergueu a mão. A professora olhou para ela:
- Sofia, correto? Por favor.
- Bem... Eles são chamados de Limites, porque são coisas impossíveis de se realizar magicamente, como o Limite da Duração: é impossível criar um objeto eternamente.
- Muito bem. - A professora pegou sua pena e fez uma anotação em uma folha. - Exato. Não é possível se fazer tudo magicamente. Existem limites e por isso eles recebem esse nome. Efeitos que não podem ser produzidos, objetos que não podem ser manipulados, etc.. Começaremos estudando o Limite do Suícidio.
Julia pegou um jarro e um copo no qual despejou um líquido transparente. Olhou para os alunos e perguntou o que tinha ali. Um pouco de silêncio e um dos alunos se arriscou a dizer água. Ela concordou e o chamou até ali. Ele se levantou e foi nervoso. Nenhum aluno gostava de ser chamado na frente, mas gostavam quando alguém era chamado, pois sabiam que haveria alguma demonstração de magia, e aquele que foi chamado teria o azar de ser o alvo.
- Está com sede?
- N..não. - a pergunta pegou o jovem desprevinido.
Julia deu um sorriso:
- Tem certeza? - Ela fez alguns gestos e murmurou algumas palavras.
Ali na frente, do lado dela, o aluno começou a sentir sua boca secar, como se ele não bebesse água a dias. Estava morrendo de sede. Ela ofereceu o copo e ele bebeu rapidamente. Mas não estava saciado. Ela encheu e deu de novo a ele. Queria mais.
- Como podem ver, não há dúvida que ele está com sede, certo?
Ela pegou uma pequena bolsa e uma colher. Dentro da bolsa havia um pó laranja. Ela colocou duas colheres e mexeu. O líquido adquiriu a mesma cor do pó.
- Isso que acabei de colocar aqui é um poderoso veneno. Qualquer pessoa que beber morrerá em instantes. - Ela ofereceu o copo ao aluno, que recusou, embora olhasse para o líquido com tentação devido a sede.
Julia fez alguns gestos e de novo murmurou algumas palavras diferentes dos da última vez. Quando terminou perguntou ao aluno:
- O que é isso?
- Suco de laranja. - A classe pareceu confusa com a resposta, mas logo entenderam o que a professora tinah feito, enfeitiçará o aluno para ele acreditar que aquele veneno era um suco.
- E você está com sede certo? - O aluno concordou com a cabeça. - Então beba.
O aluno resistiu, se recusou a beber. Julia insistiu, mas ele recusava a beber o líquido laranja. Mas bebia a água quando era oferecida.
- O que fiz - explicou Julia - foi criar a idéia na cabeça do Marcos de que esse veneno é um suco de laranja. E como vocês puderam ver, ele acredita nisso. Entretanto, inconscientemente, a memória de que isto é um veneno ainda existe, por isso ele se recusa a beber, mesmo não sabendo o porque. Porque dentro da cabeça dele ele sabe que se beber morrerá.
Todos olharam curiosos, alguns alunos fizeram anotações.
- Mas vejam o que acontecem se eu destruir a memória da minha explicação de que isso é um veneno.
Julia, com alguns gestos e palavras, eliminou a memória dos últimos minutos da cabeça de Marcos. A última coisa que ele conseguia se lembrar era de ter bebido o primeiro copo de água. Olhava para o veneno sem entender da onde ele viera ou quando Julia tinha colocado ele ali.
- Você sabe o que é isso?
- Um suco de laranja..
- Você está certo. Pode bebê-lo.
A classe olhou aterrorizada enquanto Marcos levava o copo a boca. Quando estava prestes a tocar seus lábios, Julia rapidamente impediu o garoto, que derrubou o copo no chão. Ela eliminou a magia que o deixara com sede e pediu para que se sentasse. Ele obedeceu e olhava confuso, sem entender porque tinha sido impedido de beber o suco. Parecia tão gostoso.
- Como podem ver, é impossível fazer pessoas cometerem atos suícidas. Mesmo as magias mais fortes de manipulação e ilusão falham. Vocês não conseguirão convencer uma pessoa a cortar os próprios pulsos, a tomarem venenos de boa vontade,.. Entretanto, alguns magos não consideram esse limite como um Limite verdadeiro. Como vocês puderam ver aqui, eu quase fiz Marcos cometer um ato que, no fundo, seria suícida, tomar o veneno. Na primeira vez ele não funcionou, porque ele tinha o conhecimento de que era um veneno, mesmo que inconsciente devido a minha magia de fazê-lo acreditar que era um suco. Ela, não importa quão forte, nunca funcionaria por causa disso. Na segunda vez ele funcionou. Eu pude contornar isso, simplesmente eliminando a memória que ele tinha de que isso era um veneno. Ou seja, eu consegui fazê-lo cometer um ato que o levaria a própria morte. Foi possível, magicamente, contornar esse Limite. Agora, abram seus livros na página 139 e analisem os casos mencionados em duplas.

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