sábado, 9 de outubro de 2010

Um olho, dois olhos, encaram o chão. Horizonte escuro, estrelas não visíveis, postes de iluminação: logo amanhecerá. Dois gatos na árvore miam, sento e observo, converso com um deles, muito amigável com seus longos bigodes diz que as alternativas são poucas, sem explicar para que as alternativas serviriam, enquanto o outro, taciturno, pula da árvore para o muro e do muro para longe de minha visão, a escassez é perpétua, continua o felino que sobrou, pois é atributo da mortalidade, e, ao piscar o olho esquerdo faz com que a árvore em que estava incendeie-se por completo, chamas azuis, percebo que algo está fora do lugar e decido não pensar mais sobre isso, cinzas confluem até mim e permaneço, paralisado, uma estátua contente em uma manhã vazia e feliz.

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