sexta-feira, 15 de outubro de 2010

considerações sobre o infinito material

na última feira universal de Chicago (1979), um artista uzbeque trabalhou sobre espirais para representar o infinito. usando tapetes circulares que não fechavam em seus próprios planos, ou seja, cada plano-tapete derivava de um primeiro e dava origem a um terceiro, tarkish isvendgaar numerou um a um os pontos que compunham os tapetes bordados dessa espiral que tinha vários quilometros de extensão. ocultando a origem e o fim de sua espiral, os números que delimitavam sua série de pontos eram o 177 e o 165.353.568.324.466.234.445.687.844.234. o infinito abstrato, a série de números, ficou perfeitamente representado. no entanto, a ideia de infinito material sofreu forte baque. ao desenterrar as pontas da incrível espiral de tapetes, descobrimos que antes da origem exposta haviam 176 pontos. no entanto, na outra ponta haviam apenas mais dois tapetes sob o solo lamacento, contabilizando apenas 1.208 pontos. no momento não sabemos o que fazer. alguns continuam tecendo os tapetes, enquanto outros percorrem o mundo em busca de mais matéria-prima para a espiral. outros, revoltados, iniciaram um movimento milenarista. outros acreditam que o que não existe não pode ser representado. eu realmente não sei o que fazer.

Um comentário: