terça-feira, 2 de novembro de 2010

[sem nome]

a.
Em um mundo onde as distâncias foram encurtadas, as relações foram intensificadas e aumentadas em número. As relações se tornaram mais importantes.
Como eram muitas, foram simplificando-se até se tornarem instrumentais.
Em um mundo onde as relações são importantes e simplificadas, a imagem se torna ferramenta essencial para articular essas relações.
A relação simplificada em instrumento do capital e as imagens enquanto fundamentais na existência dessas relações transformam o mundo em um espetáculo vazio.
Em um mundo espetacular, no qual as relações são vazias, essas tornam-se produtos.

b.
O ser humano médio, a família média, a vida média contemporanea têm suas bases no consumo.
O consumo é o sustentáculo da vida contemporânea.


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c.
Ao olhar para o seu semelhante desafortunado, o homem médio, a família média, a vida média contemporânea busca não se sentir culpado.
Ao eximir-se de culpa no que diz respeito as desigualdades, redime a humanidade e simplifica as condições de vida.

Um comentário:

  1. talvez o consumo seja em si mesmo - ou talvez apresente-se como -, nas condições históricas presentes, sua própria base. apresenta-se como particular e transcendental de sua metafísica própria.

    sobre redimir: penso que se redime a si mesmo perante uma humanidade experimentada, em grande medida através de imagens, pela própria pessoa que busca eximir-se de culpa. a preocupação não é com o outro, é consigo.

    acho que na questão da simplificação das condições de vida eu fiquei a ver navios.

    abraço, groselha.

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