quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Rubens e eu 4

"mas o que é isso? eu to cercado de putas?". foi quando falei isso que o olhar dela cravou meus pés. eu sabia que tinha ido longe demais. o pai dela que assitira tudo das sombras do canto da sala interveio. "rubinho, você fala muito palavrão". depois daquele dia eu só conseguia me definir a partir de palavras xulas. se eu não falasse assim não me identificaria. no fim das contas era divertido, porra. mas eu sempre ia longe demais.

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"alô? renata? ô minha filha faz o favor de me passar pra assessoria? obrigado, lindinha." a voz do outro lado saiu rouca de cansaço. eu disse: "olha só. eu sei que com as eleições municipais você vai ter que trabalhar com muitos outros candidatos porque é do partido. mas não me perde o filhodaputa de vista. entendeu?". palhaçada me responder com tanta irritação. era só uma recomendação e já recebo bolada no queixo. sei que no fim discutimos. porra. tomar no cu. eu teria que ir na sede do partido pra falar cara a cara com ela. uma hora depois entrei na sala que já estava estourando de tanto papel. "caralho. como você trabalha aqui?". "pois é, rubens! e você fica querendo me foder com mais trabalho". naquele momento eu fiquei sem ação. não por pena. não. porque eu não tinha argumento diante de tanto trabalho."desculpa, porra. não sabia. mas também estou trabalhando pra caralho. e eu sou chefe de redação. qualquer merda que fazem é meu cu que suja, porra." foi quando ela me mandou tomar no cu. tirei a calça, virei a bunda e comecei a gritar: "tá aí meu cu! tá aí, porra! vai ser grossinha? vai?". fiquei nessa situação até ela ter uma reação que foi a de abrir a porta e chamar a segurança. não deu em nada, claro. eu conhecia todo mundo ali. mas ela voltar pro trabalho e me ignorar logo depois me fodeu. aquele mês foi foda. não conseguia nem xingar alguém de carne mijada. tomar no cu, porra.

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